Em casa
Finalmente
em casa, chegando por volta das 15 horas. Desisti de viajar de carro ontem à
tarde porque, ao chegarmos em Curitiba, chovia forte. Preferi não pegar a
estrada. Hoje o movimento estava razoável nas BRs 376 e 101. Já está passando o
pico das férias e da temporada de veraneio.
Aqui em
Santa Catarina a sensação geral é de pânico em função dos ataques criminosos
sobre os quais comentei no dia 7 passado. Vêm acontecendo seguidos atentados
contra ônibus e veículos particulares (que geralmente são incendiados), postos e
viaturas policiais, empresas privadas e quetais.
A
maioria da opinião pública lança farpas pesadas contra o governador do Estado.
Realmente, ele teimou em fazer pouco caso das tropas federais que lhe haviam
sido oferecidas pelo governo federal e, num primeiro momento, minimizou os
episódios. Por trás disso tudo está se enxergando uma picuinha política: a
conhecida má vontade do governador, que faz parte das fileiras mais retrógradas
do conservadorismo catarinense, com o governo de Brasília, nas mãos do PT.
Na
Capital Florianópolis, o caos tomou conta da vida dos cidadãos. Ontem à noite
os motoristas do transporte coletivo da cidade, reunidos em assembleia,
resolveram trabalhar somente entre as 7 da manhã e as 7 da noite. Como
consequência, escolas suspenderam as aulas noturnas, o comércio programou o
fechamento das lojas (inclusive shopping-centers)
mais cedo e ninguém mais sai às ruas depois do anoitecer. Hoje à tarde, em
reunião com autoridades da Prefeitura da cidade, os motoristas decidiram rever
a sua decisão e estender a circulação de ônibus até as 11 horas da noite, desde
que os coletivos sejam escoltados por viaturas e soldados da força policial. Os
veículos da Guarda Municipal foram requisitados e mais uns 30 automóveis estão
sendo locados emergencialmente pela Prefeitura para atender ao pedido dos
motoristas. Mesmo assim, muitas linhas terão a circulação suspensa após as sete
da noite.
Situação caótica,
fruto, ao que tudo indica, de uma imbecilidade política. É duro viver num País
(e num Estado) em que as idiossincrasias pessoais são mais valorizadas do que
os interesses de toda uma população.
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