Cheia de dedos

Domingo, 10 de março

Seis dedos

A médica Thauane Nunes Ferreira, do Samu de Ferraz de Vasconcelos, município paulista, foi presa nos últimos dias da semana passada.

Motivo: ela tem seis dedos e usa todos eles no seu trabalho. Antes que alguém se assuste, explico: na verdade, ela tem vinte dedos, como qualquer pessoa normal, ou seja, dez nas mãos – sendo cinco em cada uma delas – e outros dez nos pés – idem, idem. Mas tem seis dedos artificiais, de silicone, todos eles de colegas médicos do Samu da cidade. Cada um dos dedos artificiais que Thauane tem, possui reproduzidas as impressões digitais de um médico diferente.

Por que isso tudo? Ora, porque no Samu, como em muitos lugares e empresas, existe uma maquininha que registra a presença dos empregados, garantindo – será? – a sua presença no expediente. É uma versão moderna dos velhos relógios de ponto. O registro de presença, aliás, é obrigatório pelas leis trabalhistas auriverdes. Essas maquininhas funcionam assim: o funcionário, quando chega ao batente, enfia um dedo num lugar apropriado (não me entendam mal, por favor), a máquina interpreta a impressão digital e registra a presença do dono dela (da impressão digital, claro!), marcando inclusive a hora em que o sujeito chega.

Para gazetear o serviço, no caso os plantões médicos do Samu, cada um dos médicos envolvidos mandava fazer uma cópia em silicone de um de seus próprios dedos e a entregava a Thauane. Na hora em que o dono do dedo correspondente deveria chegar ao expediente, ela metia o falso dedo na maquininha e pronto: estava registrada a presença. E o médico em carne e osso nem estava por perto, dedicando o seu tempo, obviamente, a outros afazeres, provavelmente mais rendosos.

Mas hoje, domingo, a Thauane, que estava presa na Delegacia da cidade, foi solta. Entre otras cositas, descobriu-se que ela não agia sozinha. Quem estava por trás da tramóia era. . . (adivinhem quem!!!). . . o próprio chefe dela, o médico Jorge Cury, coordenador do Samu em Ferraz de Vasconcelos. Ele recebia umas propininhas dos médicos gazeteiros e fingia desconhecer o assunto. Aliás, até obrigava a médica Thauane a executar a tarefa de enfiar dedos alheios na máquina de ponto. E a coisa ainda iria longe se não fosse uma denúncia anônima, que permitiu o flagra, feito pela guarda municipal da cidade. Com o devido consentimento judicial, a gloriosa brigada municipal enfim pôs o dedo na ferida.

A Besta

Mais uma vez o ditador da Coréia do Norte, o destrambelhado Kim Jong-un bota as manguinhas de fora, ameaçando a moçada dos países altos. Diz, entre outras coisas, que pode aniquilar os EUA se os mandachuvas de Tio Sam não baixarem a bola. Diz também que as armas nucleares do país estão “prontas para o combate”. Além disso, cortou a linha telefônica de emergência que ligava o seu gabinete ao governo da Coréia do Sul para comunicações em casos graves. Vai ver não gosta de telefone . . .

No meu blog AlterNativa, quando Jong-un assumiu o comando da Coréia do Norte no lugar do pai que morreu, já se suspeitava que a Coréia do Norte havia gestado um novo anticristo. Os vizinhos de Jong-un, do país mais ao Sul, a exemplo dos povos de muitos outros lugares do mundo, estão seriamente desconfiados de que estão diante de uma nova e autêntica Besta do Apocalipse. A única dúvida que persiste é se ele é realmente do Apocalipse.