Política
Vejo nos
canais de TV a briga pelos cargos de direção do nosso Congresso Nacional. O glorioso
Senado Federal escolheu hoje o seu novo comandante e o da Câmara dos Deputados sai
na semana que vem.
Tanto o
novo presidente do Senado como o favorito ao comando da Câmara são políticos
contra os quais pesam severas acusações de corrupção. Parece que os políticos
profissionais brasileiros têm a síndrome
do quadrilheiro, aquela que induz a vontade de ser liderado pelo pilantra
mais astuto que estiver à mão.
A
eleição de Renan Calheiros pelos senadores ganhou alguns contornos patéticos
(além daquele lance hipócrita do próprio neolíder que reiterou – no discurso de
posse – sua opção pela ética), como o
discurso de Fernando Collor investindo contra o Procurador Geral da República,
a quem acusou de não ter estofo moral para denunciar alguém. Mas de quem mesmo
partiu essa acusação? De um tal de Fernando Collor de Mello, ex-presidente da
República defenestrado do poder por atos de corrupção! O velho caçador de
marajás, cassado no exercício do cargo político mais importante do País por ter
metido a mão no jarro! Agora veste-se de moralista (por sinal, não é a primeira
vez!) para acusar um ilibado (espera-se que seja!) procurador!
Mas não
foi só. Outros parlamentares, evidentemente de costas para a sociedade
(emprestei essa expressão de não-sei-quem – ouvi-a não me lembro aonde) usaram
da honrada (deveria ser!) tribuna do Senado para defender o neolíder. E o velho
Sarney, tal qual criança de quem se tomou o brinquedo favorito, saiu aos
prantos pelos corredores do Congresso Nacional. Não sem antes soltar a sua
última pérola aos quatro ventos (e mais, se os houvesse): “o Parlamento
brasileiro sofre a incompreensão da sociedade”.
Se o
Brasil tem saída de emergência ela deve estar muito bem escondida!
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