quinta-feira, 14 de março de 2013

Politicalha




Quinta-feira, 14 de março

De volta 
Novamente em Sanchico. Chegamos hoje, viajando de carro, pela manhã. Ontem, quando saiu a notícia da eleição do Papa, eu estava no hospital esperando atendimento para uma revisão médica. Aliás, um hospital não deixa de ser um local apropriado para aquele momento. Quem sabe poderia ser um brasileiro?

Ontem à noite e ainda hoje pela manhã todos os noticiários abordando a mesma e redundante questão: o Papa eleito. Papa Francisco. Papa Chico. Devo confessar uma coisa: nunca vi tantos argentinos rezando. É codiloco! Quem sabe, agora, recuperam até as Ilhas Malvinas. Sacumé, né? Pode ser que o Papa Chico tenha mais trânsito com o pessoal lá de cima . . .

Famílias carentes

Bom, vamos deixa o Papa – e as respectivas e indefectíveis piadinhas – pra lá e falar de coisas mais mundanas. É bom esclarecer: quando uso o termo mundano (pelo menos aqui) não estou proferindo nenhum palavrão. Apenas quero me referir às coisas do mundo material, em contraposição com as coisas espirituais. Vamolá:

Eu fiquei positivamente impressionado com uma prática adotada por uma escola maternal de Curitiba, onde estuda a Maria Luíza, uma das minhas sobrinhas-netas. Nessa escola cada turma elege uma família carente que “adota” durante um ano inteiro. Os alunos da turma (crianças em idade pré-escolar) visitam a família escolhida todos os meses e levam alimentos (que são arrecadados junto aos pais e parentes), brinquedos (se houver crianças) e, principalmente, carinho. Achei a experiência fantástica.

Não pelo resultado em si, que pode mesmo ser irrisório, mas pela consciência que desperta nos pequenos. Desde cedo são colocados diante de uma realidade que é isso mesmo: a dura realidade da vida. Aprendem que nem tudo são flores, que existem pessoas pobres, crianças carentes. E aprendem, sobretudo, que é necessário oferecer um pouco de atenção e amor para essas pessoas.

Excelente medida. Devia ser adotada por outras escolas.

Politicalha

Em Curitiba, nesses dias em que lá estive, a briga generalizada era por causa do preço das passagens dos ônibus do transporte coletivo. Durante anos o governo do Estado subsidiou as passagens que, por isso mesmo, estavam sempre num patamar baixo em comparação com outras capitais brasileiras. Acontece que, de repente, o governo estadual retirou o subsídio. E a Prefeitura ficou com o pepino na mão, precisando reajustar preços num nível muito acima do esperado pela população.

Não quero entrar no mérito do subsídio estadual, mas já vou declarando que também sou contra. Afinal, não compete ao governo, principalmente ao estadual, despender verbas para a população de um município só, seja esse município a Capital ou outro qualquer. É o mesmo que prejudicar todos os outros. O que precisa ser discutido (e repensado) é a politicagem do clientelismo. Acontece que, nos anos anteriores, o prefeito de Curitiba era do mesmo partido que o do governador. Tudo jóia, o Estado ajudava o quanto podia. Mas nas eleições do ano passado o prefeito eleito foi o da oposição. Oposição também ao governador. Resultado: acabou a mamata.

É mais um exemplo da sujeira em que se transformou a política brasileira. O interesse do povo não tem mais vez, os cidadãos não contam, ou contam só quando é hora de votar.

Deprimente.

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