Barganhas
Aqui em
Porto Alegre fui assistir ao filme “Lincoln”, que tem doze indicações para o Oscar deste ano. Quanto ao filme em si
mesmo, nada a comentar. Como não sou assíduo em salas de cinema pouco posso
dizer sobre a qualidade da fita, o desempenho dos atores, essas coisas que
tanto fazem a diferença para os julgadores do maior concurso cinematográfico do
planeta.
Da
história propriamente dita, levando em consideração de que ela não tenha sido
aviltada pela produção, tira-se importante conclusão: também lá nos EUA, desde
os tempos lincolnianos, existe a barganha política no parlamento. Não tão
desbragada como aqui e agora, claro, mas igualmente rasteira e indecorosa.
Em
verdade lhes digo, aliás, que nem seria necessário assistir ao Lincoln
cinematográfico para bater em tal remate. Bastaria ir à História Antiga e
repassar as travessuras do maluco Calígula, imperador romano da primeira metade
do primeiro século da nossa era, aquele que nomeou o seu cavalo Incitatus para o ínclito Senado de Roma.
Fê-lo,
não exatamente por ser meio debilóide, mas principalmente para marcar a sua
revolta contra os parlamentares de então, envolvidos até a raiz dos cabelos
(aqueles que os tinham) em escandalosos casos de corrupção. Com seu gesto,
Calígula (Botinha para os íntimos e Gaius
Julius Caesar Augustus Germanicus nos registros oficiais) quis mostrar que o
seu cavalo era tão (ou mais) digno de respeito quanto os vetustos senadores
romanos.
É uma
pena não termos um Calígula por aqui.
Camarilha
Só para coroar o dia:
o deputado potiguar Henrique Eduardo Alves foi eleito presidente da Câmara de
Deputados. Conforme previsto. É só.
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